domingo, 27 de março de 2011

O Limite da Vaidade


Até onde a vaidade é saudável? Assim como desleixo compromete a saúde de alguns, não saber o limite da vaidade acomete a saúde de outros. Nesta semana recebi um e-mail irônico onde falava que existem mulheres sem celulites e trazia mulheres halterofilistas para ilustrar. Até pensei em reenviar o e-mail a todos, mas não o fiz. Fiquei pensando, será que essas mulheres se sentem femininas sem um pingo de gordura? Aos nossos olhos a grande diferença da constituição física da mulher e do homem não é justamente a gordura? O homem tem músculo e a mulher curvas... os dois cérebro... rs... ou não. Sem devaneios... fiquei curiosa para saber se uma mulher que não tem um pingo de gordura para diferenciá-la do sexo masculino se sente tão mulher quanto nós.

Nós gordinhas? Não. Estou me referindo às normais. Normais? Sim! Normais psicologicamente falando, porque o que não falta por ai são mulheres consideradas fisicamente normais que não se sentem bonitas e desenvolvem diversas doenças, algumas delas são: Anorexia, Bulimia, TDC - Transtorno Disfórmico Corporal. Pois é, li sobre Transtorno Disfórmico Corporal, ao ver também o post sobre uma coreana, Hang Mioku, que achava que seu sucesso como cantora não chegava porque não era bonita suficiente. Ela fez de uma característica do seu rosto o bode expiratório e começou injetando silicone no rosto para consertar o que achava ser o problema. Chegou a injetar óleo de cozinha, quando a doença já estava instalada, o que acabou por deformar o próprio rosto.  Fiquei chocada com as imagens. Ela era linda!



Pra quem acha que nunca tinha ouvido falar nessa doença resta o engano. Todos nós vimos a transformação de Michael Jackson, chegávamos até a dizer que era doença, só podia ser e era mesmo.  Assim como na anorexia que a pessoa não consegue ver sua imagem real, com a dismorfofobia, o outro nome do TDC, acontece o mesmo, e recorrem insistentemente à dermatologista e cirurgiões. Essas pessoas têm uma relação exagerada com aspectos dos seus corpos que consideram feios.

 A construção da nossa imagem tem diversas influências, entre elas: os meios de comunicação, os valores que nos cercam e a cultura na qual estamos inseridos. Essas influências também acontecem com a relação que desenvolvemos com a nossa própria imagem, com o nosso corpo, temos influencias para nos aceitar ou não como somos. Como seres humanos nos inserimos em certos grupos de acordo com a imagem, mas não podemos transformar isso em algo doentio. Não estamos neste mundo para viver correndo atrás da beleza exterior de forma doentia. Quero sim me cuidar, me amar e acho louvável todos àqueles que assim fazem, mas sem beirar o insano.  Quero me aceitar como sou e cuidar do que tenho inclusive do cérebro.
Imagem do site adiposivity.com

domingo, 20 de março de 2011

Um Designer e a Autoestima de Uma Mulher

Vocês viram que coisa linda ficou meu Blog? Meu namoradinho que fez... rs... O chamo assim, mas na verdade estamos juntinhos, sob o mesmo teto, vai fazer 4 anos. Poucas pessoas me conhecem como ele. Sabem quanto sou exigente comigo, como odeio errar, como quero fazer tudo direitinho e não admito meus erros. Sendo assim comigo, acabo sendo com quem me cerca também, ou seja, sou uma chata... hahahahaha... Mas ele super topou fazer o layout do meu site. Assim como faz tudo o que peço com jeitinho... rs... O design do Kit Berço da bblinda, a decoração e personalização do Batizado/ Aniversário dela, meus cartões de visita, os convites de Aniversário da mais velha... tudo.

Enfim, ele é o meu designer preferido e sou super vaidosa com o trabalho dele. Sempre fui. Mesmo quando o conheci e não sabia direito o que um designer fazia. Ele não dizia onde trabalhava! Na época ele era empregado da produtora de uma banda de axé daqui de SSA e não me dizia. Devia ter medo que eu fosse fã e me aproveitasse dele para conseguir autógrafos... hahahahaha... Na verdade ele nunca se promoveu usando o nome dessa banda, divulgava os trabalhos, suas artes, mas nunca usava o nome da banda para se promover. Sempre admirei isso nele.

O fato é que ele me conheceu gordinha, com os cabelos um pouco mais lisos, mas já gordinha. Eu estava saindo de uma fase de magreza que não cabia em mim. Cheguei a 63 kg com reeducação alimentar em 2004. Sabe aquela reeducação que você restringe um monte de coisas gostosas? Pois foi essa. Contavas pontos neuroticamente e comia tudo light. Era a morte comer uma fatia de torta no final de semana, tinha que me contentar com uma garfada. Quando nós nos encontramos eu já não restringia tanto, já pesava 89kg, vestia 46/48 e estava em crise me achando obesa. Ele me fez ver que eu era gostosa. Ui! Ele falava isso e eu morria de vergonha. Mas ele achava mesmo, vivia criticando as magrinhas. Era o gosto do menino, fazer o que? Tive sorte. Eu merecia!

Foi através dele que conheci a blogosfera GG. O primeiro blog que ele me apresentou foi o Gordinhas Maravilhosas, daí um mundo se abriu pra mim. Como não estava feliz com o meu corpo logo encontrei o outro lado da moeda, blogs de meninas que se apoiavam para fazer dietas, dietas sim porque reeducação alimentar também é dieta, e daquelas milhares que contavam sua experiência com a cirurgia bariátrica. Ensaiei fazer um blog nessa época, para me ajudar a emagrecer, mas não era o que eu queria. Não adiantaria, eu tinha era que ligar o botãozinho da autoestima. E com o tempo, com meu amadurecimento e principalmente e com o apoio dele fui me aceitando cada dia mais, como eu era. Uma gordinha linda, vaidosa e com personalidade forte. Ele pode confirmar... rs... sente na pele.

Posso afirmar com toda certeza uma coisa, temos nossas diferenças, como todo casal, temos nossos “arranca rabos” mas, o homem que tenho ao meu lado nunca me depreciou. Alguém tem duvida que o amo? Eu não tenho.

domingo, 13 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher - escrito em 2006


Todos me conhecem bem e sabe o quanto "defendo" a luta das mulheres pela sua felicidade.
Foi por ouvir ontem algumas piadas em relação ao Dia Internacional da Mulher que resolvi lembrar-lhes da importância deste dia.
Este dia não é Internacional à toa. Até entendo que alguns ignorem as atrocidades que ainda acontecem no mundo à estas que são referidas como sexo frágil.
Mas não admito que pessoas de "nível elevado" esqueçam que apesar de lutarmos por igualdades sociais, sociais, e não anatômicas porque isso sabemos que é geneticamente impossível, nos países mulçumanos as mulheres ainda lutam por um casamento de livre escolha, sofrem abusos sexuais e são violentadas sob o beneplácito das leis e são assassinadas quando é da vontade dos homens da sua família.
Não esqueçamos que em países da África as mulheres são obrigadas a aceitar a poligamia, mesmo quando não a querem, ou pior, sofrem com a mutilação dos seus corpos, lhe são arrancados os clitóris e em algumas tribos muito mais.
Na China, são abortadas ou assassinadas as meninas simplesmente porque são os homens que dão continuidade à família. Essa teoria já esta inclusive caindo por terra, uma vez que na maioria das vezes quem educa e passa os princípios para as crianças são as mulheres, acabam todos levando o nome do pai, mas ao redor das mães.
No Japão, ainda hoje,existem mulheres que tem que andar um passo atras do marido em sinal de respeito.
Todas essas culturas que foram citadas são diferentes da nossa. Mas na cultura ocidental, apesar de já termos conquistado muito, ainda temos exemplos de machismos e paternalismos. É notório a todos que dos nossos políticos poucas são as mulheres. Dessas mulheres uma parte só foi eleita por marketing corporal e não pelo seu trabalho intelectual. O que é pior, mulheres que preferem exaltar o seu intelecto sofrem preconceitos pela sua aparência física.
Ah! A aparência física! Como exigem de nós mulheres isso. Dão-nos padrões a cada década, no mínimo. Anorexica como Twiggy, musculosa como Madona, elegantes e passareláveis como Gisele. Como nos exigirão para a próxima década? Plastificada como Demi Moore? Não nos dão mais o direito de envelhecer.
Muitas vezes sou radical, chego a falar coisas que assustam, mas é como numa luta sindical, pede-se muito para haver negociação. Pena que nem sempre saem ganhando os dois lados. Por isso entendo o desespero dos homens a cada conquista das mulheres. Mas muitas foram as conquistas deles. Poder chorar , acariciar um filho e dizer a um amigo que o ama sem colocar em xeque sua masculinidade. Essas são algumas das conquistas.
Cresci cercada de mulheres admiráveis e o que é mais importante, enxerguei isso. Muitas delas nunca me falaram das suas dificuldades, da sua luta. Teve mulher que apesar de já ter sua família formada, cuidou como seus os filhos de outras, se viu cuidando do seu companheiro doente como se filho fosse e após perdê-lo, perdeu também os seus de sangue, aos poucos, restaram-lhe dois e os criados como. Dessa mulher só vi derramar lagrimas uma vez, quando tentaram lhe pagar pela morte de um dos filhos. Como deve ter doído. Fui testemunha desse pranto, doía em mim.
Será que é justo eu citar meus exemplos contanto que existem pelo mundo? No seu mundo? Merecemos sim um Dia Internacional, não para as piadas, nem só para as comemorarmos, mas para nos lembrarmos do quanto ainda temos que conquistar.
Amigas, contem comigo.

sábado, 5 de março de 2011

Carnaval com Pin-ups

Nesta semana, coincidentemente, assisti três reportagens sobre o BURLESCO. Uma foi a entrevista da Dita Von Teese, outra foi a Fernanda Lima falando o que era burlesco, no seu programa Amor e Sexo, e por ultimo uma programa falando da sensualidade e da evolução da dança.


Não me contive quando vi a Fernanda Lima aprendendo a ser sexy com uma gordinha. Coisa inimaginável, não é? Rs... Não! O burlesco que tanto se fala nos dias de hoje foi proibido nos EUA da década de 30, mas resistiu e ressurgiu junto com as pin-ups nos anos 40 como uma dança sensual. E uma coisa que quando a mulher sabe, SABE das entranhas, é ser sensual. Seja ela gorda ou magra. E uma coisa que as pin-ups trouxeram para o burlesco foi o conceito de que a mulher tem que ter o que mostrar e saber mostrar.

A sensualidade de uma dança facilmente se apega à sexualidade e confunde-se a sexualidade com a vulgaridade. Entretanto, o burlesco de hoje não é vulgar isso é facilmente mostrado pela Rainha do Burlesco, Dita Von Teese, que faz shows de strip-tease e estes são encarados como arte. Se vocês prestarem atenção nos shows da Dita, ela utiliza-se de artifícios para aumentar seus atributos, com isso torna-se mais curvilínea como as pin-ups.

Dança, sensualidade, sexualidade... tudo isso me remeteu ao carnaval, que dá espaço para as mulheres mostrarem todo esse lado sensual, contudo, muitas delas mostram com maestria a vulgaridade. Deveriam aprender com as pin-ups: gordas, lindas e sensuais. Gordinhas sabem ser sensuais.