sábado, 28 de maio de 2011

Vaidosa pra quem?

Tem coisas que eu vejo que me deixa agoniada e tenho que falar. Sempre fui assim, não agüento com a língua dentro da boca... Já falei tanto isso da semana passada pra hoje... rs... Eu vi uma cena essa semana que me deixou pensativa. Eu estava passando por Itapuã e vi uma mulher, nova de uns 25 anos, passando pela calçada indo para a academia. Ela não era bonita, mas estava maquiada, cabelo solto escovado, de tênis, meia branca, uma camiseta e um short de malha curto. Estava bonita, arrumada... vaidosa. O que me chamou a atenção que naquele universo, ela chamava mais atenção que as outras, ela era coxuda e bunduda. Passava e todOs olhavam. Eu disse todos com O maiúsculo. Aquilo me incomodou, os homens não só viravam o pescoço para olhar, eles apontavam, comentavam e mexiam com ela.


A primeira coisa que pensei foi... PIRIGUETE! Veste uma roupa curta e sai rebolando para que seja alvo de olhares. Deve estar se sentindo o máximo. Depois pensei... PQP ela tem o direito de vestir o que ela estiver com vontade e tem que ser respeitada. Ninguém tem o direito de pré julgá-la. Em momento algum eu vi essa mulher retornar um olhar, virar o rosto ou corresponder a qualquer uma das provocações. Ela estava chamando atenção porque estava GOSTOSA e aqueles homens eram uns animais não evoluídos e queriam mostrar sua virilidade da maneira mais bestial possível. Comentei com meu marido e o comentário dele só confirmou minha teoria.

E o que tem isso com a minha vida, né? Num passado não tão distante eu já devo ter sido taxada de piriguete, será? Nunca esqueço de um dia que saí vestida numa calça jeans que vestia muito bem, justa, uma blusa de gola alta vermelha, um blazer cinza e scarpin. Eu passava e sentia os olhares. Nesta época pesava no máximo 68kg, chamava atenção e não gostava. Não gostava do fato de chamar atenção pela forma física, não gostava de sentir os olhares dos homens “comendo com os olhos”. Sempre que isso acontecia me sentia culpada. Quando um homem que não era para olhar pra mim, que era para respeitar a mulher que estava ao lado dele, virava o pescoço na minha direção me deixava incomodada.

Hoje eu paro e penso: será que nessa época eu me descuidei porque assim eu chamaria menos atenção? Será que eu queria que as pessoas só se aproximassem de mim pela minha essência? Tenho essa sensação... Nós nos boicotamos algumas vezes. Mesmo morrendo de vontade de estarmos gostosas e lindas para nós mesmas, para não chamarmos atenção nos escondemos. Deixamos de colocar um batom vermelho, de usar uma bota, de colocar um shortinho... Até nos descuidamos. Eu já dei um basta nisso, sou gordinha e me cuido. A grande diferença é que hoje eu sei que devo me arrumar para o meu espelho. Sou vaidosa para mim obrigada!

domingo, 8 de maio de 2011

Gorda e Mãe

Sugeriram um post inspirado no Dia das Mães. A primeira coisa que me veio à cabeça foi a cena da minha mais nova, de quase dois anos, apertando minhas bochechas e carinhosamente de chamando de “godiiinha”. A coisa mais linda! Depois lembrei que a minha mais velha com uns 4 anos me perguntou... “Mamãe? Quando você emagrecer vai dirigir?” Já emagreci, já engordei novamente e até hoje não dirijo... rs...

Essas são lembranças que ninguém vai me tirar, as terei para o resto da minha vida, sei que não as esquecerei porque tocaram o coração da mãe besta aqui. As duas foram precoces e fizeram associações ao meu peso. Peso que sempre oscilou, mas não tanto quanto na primeira gravidez, que quando contabilizei 30 quilos a mais parei de contar. Antes da gravidez estava tomando formula para emagrecer, tinha emagrecido uns vinte quilos e parei de tomar as formulas quando descobri a gravidez. No mesmo dia, morrendo de medo do bebe ter alguma seqüela, parei o remédio, mas o medo perdurou até eu ver a bebe nascida saudável. Durante toda a gravidez esse fantasma dos remédios me perseguiu. Não me perdoaria se tivesse prejudicado uma criança com substancias para emagrecer. Apos esta gravidez recorri novamente aos remédios para alcançar o peso ideal, que não durou muito tempo.

A segunda gravidez tem uma história totalmente diferente. Eu estava no auge da minha “gordisse” e queria engravidar. Fui à endocrinologistas para alcançar ajuda médica, preparar o meu corpo para gerar uma criança. A primeira coisa que ouvi de um endocrinologista GORDO, vale ressaltar, foi a de que se eu não emagrecesse meu marido não ia querer fazer esse filho em mim. Sai de lá muito p... Procurei então uma ginecologista e falei dos meus planos, ela me aterrorizou. Disse que gorda daquele jeito eu teria complicações na gestação, mandou eu emagrecer e só retornar a ela quando eu me cuidasse.  Como se uma gorda fosse descuidada. Mais p... eu fiquei. Interessante contar que esta médica fez uma ultrassonografia em mim, não viu nada e me mandou tomar a vacina da rubéola. Entretanto, minha bebe linda já estava lá. Essa gravidez foi super tranqüila, eu me alimentava saudávelmente, levava frutas para o trabalho, como ainda levo, e me sentia bem, queria trabalhar até o ultimo dia da gravidez.


Minhas gestações foram totalmente diferentes, em uma eu comecei magra e engordei 30 kilos e na outra eu já estava gorda e só adquiri os 8 kg “da barriga”. Muitas mulheres usam a desculpa da gravidez da se desleixar, eu fiz mais ou menos isso na gravidez de Bia. Não me preocupei comigo, nem com minha saúde, muito menos com uma possível complicação na gravidez e no risco que isso colocaria na minha vida e na da bebe. Na gravidez de Nikki eu me cuidei e decidi que seria uma grávida vaidosa, como não fui na de Bia. Tenho que confessar... na primeira gravidez eu só comprei 3 roupas de gestante. Usava a desculpa de que tinha que comprar o enxoval para não comprar nada para mim já que a gravidez era transitória. Na ultima gravidez eu decidi que seria uma grávida linda e fui. Mesmo GRÁVIDA... VAIDOSA.


Feliz Dia das Mães!