Até onde a vaidade é saudável? Assim como desleixo compromete a saúde de alguns, não saber o limite da vaidade acomete a saúde de outros. Nesta semana recebi um e-mail irônico onde falava que existem mulheres sem celulites e trazia mulheres halterofilistas para ilustrar. Até pensei em reenviar o e-mail a todos, mas não o fiz. Fiquei pensando, será que essas mulheres se sentem femininas sem um pingo de gordura? Aos nossos olhos a grande diferença da constituição física da mulher e do homem não é justamente a gordura? O homem tem músculo e a mulher curvas... os dois cérebro... rs... ou não. Sem devaneios... fiquei curiosa para saber se uma mulher que não tem um pingo de gordura para diferenciá-la do sexo masculino se sente tão mulher quanto nós.
Nós gordinhas? Não. Estou me referindo às normais. Normais? Sim! Normais psicologicamente falando, porque o que não falta por ai são mulheres consideradas fisicamente normais que não se sentem bonitas e desenvolvem diversas doenças, algumas delas são: Anorexia, Bulimia, TDC - Transtorno Disfórmico Corporal. Pois é, li sobre Transtorno Disfórmico Corporal, ao ver também o post sobre uma coreana, Hang Mioku, que achava que seu sucesso como cantora não chegava porque não era bonita suficiente. Ela fez de uma característica do seu rosto o bode expiratório e começou injetando silicone no rosto para consertar o que achava ser o problema. Chegou a injetar óleo de cozinha, quando a doença já estava instalada, o que acabou por deformar o próprio rosto. Fiquei chocada com as imagens. Ela era linda!
Pra quem acha que nunca tinha ouvido falar nessa doença resta o engano. Todos nós vimos a transformação de Michael Jackson, chegávamos até a dizer que era doença, só podia ser e era mesmo. Assim como na anorexia que a pessoa não consegue ver sua imagem real, com a dismorfofobia, o outro nome do TDC, acontece o mesmo, e recorrem insistentemente à dermatologista e cirurgiões. Essas pessoas têm uma relação exagerada com aspectos dos seus corpos que consideram feios.
A construção da nossa imagem tem diversas influências, entre elas: os meios de comunicação, os valores que nos cercam e a cultura na qual estamos inseridos. Essas influências também acontecem com a relação que desenvolvemos com a nossa própria imagem, com o nosso corpo, temos influencias para nos aceitar ou não como somos. Como seres humanos nos inserimos em certos grupos de acordo com a imagem, mas não podemos transformar isso em algo doentio. Não estamos neste mundo para viver correndo atrás da beleza exterior de forma doentia. Quero sim me cuidar, me amar e acho louvável todos àqueles que assim fazem, mas sem beirar o insano. Quero me aceitar como sou e cuidar do que tenho inclusive do cérebro.
Imagem do site adiposivity.com |